Divagações socio(lógicas)!!!

domingo, dezembro 31, 2006

Fim de Ano; Novo começo

As portas do tempo têm esta caracteristica: fecham-se por um lado e abrem-se por outro.
A realidade temporal desenrola-se num continuum mas as sociedades sempre sentiram a necessidade de criar, na circularidade de um tempo construído, um refúgio à linearidade prometáica de um civilização em busca de futuro. Assim, marca-se o tempo e recusa-se a sua consequência: o envelhecer.
Gasta-se tempo, vende-se tempo sem o dominar, mostra-se que se sabe lidar com o tempo para depois o desprezar; e trabalha-se sem tempo...
Neste final de Ano com votos de prosperidade para todos marcamos aqui esta pausa...

domingo, dezembro 03, 2006

Os tempos são outros

A realidade da vida mostra que outros são os tempos de agora.As consciências calam-se no marasmo triste da ausência. Conta a anedota que a vaca e o burro migram do presépio e o Natal chega mesmo assim;Lembra que o poeta já disse que o Natal é sempre que o Homem quizer: a ver vamos...talvez lancem agora um imposto sobre a Festa!

quinta-feira, novembro 09, 2006

As razões de Estado!!!

O tempo irá dar razão a quem hoje clama por maior informação e maior clareza nas relações sócio políticas e que na Região se faça mais do que construir uma "sociedade de côrte" e de "corte".

Se o Estatuto da Região Autónoma é um "desconhecido" para a população em geral como é que se pode mostrar a falácia de montantes financeiros (a mais) quando a questão fundamental é a de saber em que modelo constitucional estes montantes se enquadram e se não se está a corromper a natureza da Autonomia política constitucional.

Será que o arbítrio volta a ser a "razão"??? de Estado!!!

Ou então quem (hoje no poder) viu na Autonomia de ontem um inimigo de "classe" a sente hoje perfeitamente dispensável na construção de um poder regional que começa a ter os contornos do caciquismo de outrora?

domingo, outubro 29, 2006

Agnosticismo social

Assiste-se, com maior frequência, à construção discursiva da realidade assente em postulados politicamente "correctos".
A correcção, não se encontra na verdade ou na convicção pessoal ou de grupo mas apenas da necessidade de evitar o incómodo de questionar própria natureza da acção colectiva e dos seus efeitos contra-intuitivos (cf Raymond Boudon).
Claramente o excesso de encenação colectiva manifesta-se em questões ético ou morais como é a do aborto mas também em diversas ausências estratégicas e apelos a "bodes espiatórios" para justificar o injustificável.
A esquerda no poder retoma as linhas rectas da arquitectura despojada deste início de século XXI como princípios para cobrir a ausência de espaços colectivos relembrando a natureza da própria da ignorância.
Os leigos das cidadanias discursivas sentem o peso desta Igreja racional mas também não conseguem exprimir por palavras o sentir de uma sociedade que de novo procura os "culpados" para o que teria de ter já realizado colectivamente: o desenvolvimento cultural, o que é muito diferente de proporcionar a "públicos" espectáculos ainda que de "qualidade" celebrada.
De facto, ,reunidos no efémero do ocasional, os "públicos" fragmentam a consciência colectiva na anestesia do conforto mútuo da celebração: aliás, festividade, reforçada na acção em função de...(reificação da intencionalidade).
Aceitando os princípios da construção social da "realidade", quanto tempo resistirá a inteligência à "ausência" de debate Será que está a aceitar a nova ideologia dominante um relativismo intencionalmente ignorante: o agnosticismo social ?

segunda-feira, setembro 18, 2006

Em busca de uma coerência

A democracia vive de opções claras, de decisões oportunas mas sobretudo de uma capacidade de resistir à adversidade para que todos possam afirmar, sem dúvidas, a natureza dos seus projectos colectivos.
Os valores em democracia podem por vezes ser controversos. Todavia, a luta por uma sociedade mais livre, mais autónoma e mais responsável gera a sempre fecunda capacidade de ultrapassar o medíocre sentimento de apodrecimento consensual ou de a inconsequência dos falhanços: a perigosa deriva que por vezes adopta o poder sem limites.
Sente-se por isso nos Açores a necessidade de uma verdadeira real e objectiva alternativa de poder.É necessário que as maiorias absolutas eleitorais não se transformem em absolutas minorias mandantes.

terça-feira, maio 16, 2006

A acção lógica e a liberdade

A reflexão sobre o peso dos média na vida política. A publicação de livros como o de Carrilho motivado pela sua campanha à Câmara de Lisboa.A "tirania" dos processos de intenção sempre equacionados e re-equacionados pelos diferentes agentes da acção e do comentário, evidencia pela sua recorrência, uma estrutura comportamental típica do modelo cultural e de conhecimento e do "jogo" político à portuguesa. Mário Mesquita,hoje, no Correio dos Açores escreve um texto notável. Do "erro" à "causa"; da acção lógica à sua reflexidade existe um imenso "espaço" de incerteza que cresce nos modelos comunicacionais da política;Este espaço também se chama liberdade.

segunda-feira, maio 08, 2006

(in) Competências

Está na moda falar de "competências" sobretudo quando se trata da famosa Declaração de Bolonha e da revisão curricular do ensino superior . Triste (in) que a competência substitui, complementa e articula skills, em sistemas de objectivos integrados gerais e específicos...(consegui escrever !!!). O "eduquês", de que fala o nosso antigo colega da Universidade dos Açores Nuno Crato, pode não ser bem recebido pela "classe" que promove o ensinar, mas...(fatal adversativa) parece que "discurso à parte" os velhos "saber-fazer" estão de volta: excelente!, poderemos voltar a "saber-pensar"...

terça-feira, março 07, 2006

Um tempo estranho

A estranheza provem muitas vezes da ignorância, da surpresa, ou da sensação de um tempo fora de tempo.

Assim é estranho que as dinâmicas sociais observáveis mostrem, aqui nos Açores, uma sociedade fechada e uma elite com um discurso dominante marcado mais pelo senso comum do que pelos desafios.

Por exemplo, na abordagem do desemprego hoje não é suficiente estudar o seu volume e a sua tendência . É muito mais relevante demonstrar onde, como e quando se prevê gerar novos empregos mais qualificados.

Ora, a qualificação nasce de, entre outros factores, do encontro das necessidades de gerar novas "competências" para realizar objectivos e a vontade dos vários actores sociais em concretizá-los através das "funcionalidades" organizacionais e de meios económicos e financeiros.
Ignorando o óbvio o Estado e a Administração Regional parecem apenas querer manter num nível artificial os níveis de emprego sem se preocuparem com os custos para toda a sociedade da ausência de capacidade em gerar novos empregos.

O mais dramático é que hoje estes temas que deveriam ser abordados, aqui nos Açores, em sede de concertação social (estratégica) são pura e simplesmente ignorados....estranho!