Divagações socio(lógicas)!!!

terça-feira, novembro 22, 2005

Uma questão lógica

Os Congressos partidários podem ser dramáticos, celebrativos ou inócuos. Na trajectória de uma organização um Congresso nunca pode ser um ritual de auto congratulação ou auto-comiseração. Por isso, passado o Congresso do PS dos Açores cujas notícias pareciam provir de agência noticiosa para uso geral, vem aí o Congresso do PSD.

O povo açoriano precisa menos de comentários sobre a gestão dos jogos políticos e mais sobre alternativas de ideais e projectos. Na ausência de debate político urge abrir o debate ...chega! Basta de sentirmos cada dia que passa o estiolar do são debate democrático. Simulacros e máscaras apenas disfarçam medos mas não resolvem a questão.

Os actores deste jogo, na sociedade civil e nos partidos, devem reflectir a autonomia política começa em saber assumir sem ambiguidade um projecto, um destino e uma vontade.

Está na hora da verdade, do espírito de serviço e da firmeza nas convicções...O debate ultrapassa a simples opção da liderança. Este encontra-se no assumir da história e no projectar o futuro. Para tal é necessário organizar o presente e assumir opções de alternativa cxonscientes que estamos na oposição ao actual projecto político dominante na governação regional. Temos que preparar o futuro. Deixemos de discutir pessoas...passados etc....

A minha opção para o próximo Congresso do PSD está tomada. Apoio quem manifestou vontade de liderar !

segunda-feira, outubro 10, 2005

Poder Local

As eleições autárquicas, como todas as eleições democráticas, mostram que, apesar de todos os paradoxos e lógicas de decisão colectiva, as lideranças legitimam-se de e pela a acção política ; o que permite o "juizo" dos eleitores. Fazer de conta que a "realidade" é "produzida" sem expressividade, sem intencionalidade e sem a personalidade dos actores é uma "ficção" que, a bem do desenvolvimento, deve ser reduzida na consciência dos actores políticos e da tecno-burocracia.

O desenvolvimento local é crucial para o desenvolvimento regional e a cooperação entre o poder regional e o local é mais fácil entre personalidades fortes e legitimidadas. Por isso, não vale a pena ....divagar. Os cidadãos esperam respostas concretas. As habilidades politico-discursivas, mostram cada vez mais a sua vacuidade!

segunda-feira, setembro 26, 2005

Re-início

O tempo voa! Verifico agora que as férias terminaram e o meu blog aparece abandonado. Urge recomeçar neste período de eleições autarquicas. Socio (quê?) interroga a estratégia política que se traduz em discursos de ataque. Parece que, e sobretudo aqui em Ponta Delgada, algumas candidaturas resolveram questionar o sentido das coisas questionando as pessoas. A fulanização marca tristemente a ausência de projectos. Uma Cãmara Municipal não é uma extensão do Governo....felizmente!!!

quarta-feira, junho 01, 2005

O senhor monstro

O monstro-o défice-revela o pior que existe na política: faltar aos compromissos para respeitar um pretenso dever para com o orçamento.
O Governo Central entrou sem diálogo nem reflexão numa virtigem de medidas contra tudo e todos a propósito de uma construção económica (previsão de défice) que visa objectivos sociais e políticos declarados: reformar o Estado contra os funcionários e a favor de interesses manifestos na sociedade portuguesa que almejam a expansão dos negócios nas margens públicas da administração. Esperemos que os arquitectos de tais medidas, no profundo desconhecimento dos equilibrios e das dinâmicas sociológicas deste país, não venham dentro em breve reconhecer que o defice orçamental em Portugal pode transformar-se numa dramática questão social onde os défices reais e objectivos são de outra natureza.
Nesse dia, talvez do Japão, o Presidente pedirá paciência ao Governo para entender o povo.

terça-feira, março 08, 2005

A proporção açórica

O tempo da revisão do sistema eleitoral está a aproximar-se do fim. As propostas do PS e de alguns pequenos partidos apontam para a "manutenção" dos círculos de ilha (mais um de compensação para recuperar votos "perdidos").
O bom senso mostra que não se pode resolver o problema da proporcionalidade e da pluralidade sem eliminar os círculos de ilha. Tal não parece nem aceitável nem desejável por grande parte dos agentes políticos.O que remete o debate, no contexto da última revisão constitucional, para uma operação de "correcção" do modelo actual.
Com efeito, mantendo a apresentação de listas por ilha, a existência de uma só câmara de deputados, e o modelo de apuramento pelo método de Hondt, a única "saída" está em "criar" mais um "círculo eleitoral sem ilha"ou mudar o sistema de apuramento para garantir a representação das forças políticas em detrimento do espaço ilha .
Na minha modesta opinião esta alteração não vai resolver a questão, para mim fundamental, da relação eleito/eleitor sobretudo nas ilhas grandes, onde o défice de visibilidade e de responsabilização dos eleitos em relação ao eleitores parecem ser maiores. Mais: arriscamo-nos a maior opacidade com agravante de haver, segundo estas propostas, mais deputados!
Talvez a solução fosse inovar e ir mais ao encontro do modelo do Professor Jorge Miranda e/ou do modelo do Professor Carlos Amaral, porém duvido que a nossa cultura política, hoje, aceite um modelo muito diferente do actual.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Campanhas,...e a comunicação?

As campanhas eleitorais começam a entrar numa perigosa rotina. As frases repetem-se mas os projectos políticos não se confundem, e porém,.....a comunicação está perigosamente dejá vu .
Não vi, na estratégia regional do PS, dinâmica ou força. Antes pelo contrário, escondem candidatos a deputados.
O PSD mostra a sua tradicional figura, o Dr Mota Amaral; uma referência nacional, num momento em que o país enfrenta uma real crise de liderança. Um político portador de esperança e de futuro.
Os restantes partidos aproveitam a oportunidade que o PR lhes deu para discursarem,....hélas!.E, a comunicação entre eleitos e eleitores? Sente-se que falta algo e que há qualquer coisa de errado! Urge questionar:
Será que os cidadãos deste país compreendem a linguagem do Compromisso Portugal ?
Será que os Açorianos compreendem os projectos do Eng.Sócrates?
Será?! Será?! Será?! que o PR teve consciência que o espaço político encolheu?
Socio (Quê)? interroga, e quem pergunta...?
Sei, que não ofendo,e continuo fiel às minhas convicções: a autonomia açoriana, a social-democracia e a necessidade do seu aprofundamento: a construção, nesta Região, de um verdadeiro Estado Regional .
Por isso, apenas digo: sigam as vossas convicções e não apenas modas ou conjunturas: votem!

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Reflexividade

A sociologia articula especialmente as teorias da decisão e da acção individual e colectiva. Neste domínio assume particular destaque a racionalidade e a reflexividade dos actores assente numa matriz imanência/contingência e estruturação/acção com propriedades sistémicas.

Assim, na análise do sistema político regional não podemos ignorar a questão da reflexividade que só pode ser acrescida se tanto a Assembleia Legislativa Regional como a Assembleia da República instituirem mecanismos de controlo e de avaliação das medidas que assumem.

Avaliem Hospitais, Escolas, Universidades, ...e todo e qualquer tipo de organizações. Mas avaliem reflexivamente a actividade política com indicadores concretos. Deixemos de uma vez por toda o princípio do voto como benção e perdão popular por este tem a ver com a democracia e com a decisão colectiva e não com a necessidade de desculpar a gestão política.

Hoje...foi triste

A Universidade dos Açores e o Departamento de História, Filosofia e Ciências Sociais estão de luto. Morreu o Artur!, Sim! o Artur Madeira. Aquela pessoa discreta, simples, amiga, ...sempre presente.Ia apresentar,em breve, o seu Doutoramento...Faltam-nos as palavras.
Deixo aqui esta eterna saudade!

terça-feira, janeiro 25, 2005

A arqueologia do Estado

O Presidente da República quer, deseja, solicita ou anuncia o fim da dinâmica autonómica.A escolha do verbo depende da intenção de quem ler este texto. Por este andar os ideais autonómicos deverão ser encontrados através de uma "arqueologia do Estado Português" e não através de uma Sociologia Política. SEXA,o Presidente, afirma o seguinte "... perante o novo quadro são sempre possíveis duas atitudes: ou tomar a última revisão constitucional como mero apoio instrumental de um interminável processo de formulação de sucessivas novas reivindicações e propostas de alteração constitucional ou, ao invés, considerá-la como esforço derradeiro que sela de forma globalmente positiva um longo processo de evolução e maturação institucionais."(Sampaio in Congresso da Cidadania(?)).Resta-me escolher o interminável processo...de cidadania. Pois alevá! como diria Victor Cruz (avô).

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Lombadas


Lagoa do Fogo Posted by Hello
A luz no espaço terra/água gera múltiplas sensações/impressões. Socio (quê)? interroga a sociologia do espaço e as suas representações

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Congresso

Amanhece sobre um congresso.As paragens e as passagens foram múltiplas. As pessoas viram-se, cumprimentam-se e saudam-se.Querem as certezas do devir! Estão pré-ocupadas a construir uma esperança.A Ribeira Grande recebe com o mar forte e a rajada; antevê-se um regresso e um progresso.Foi apenas o XV Congresso do PSD.

terça-feira, janeiro 11, 2005

Modernidade(s)

Os paradoxos da modernidade são mais do que muitos.Entre presente passado e futuro a modernidade tenta encontrar motivo.A modernidade valoriza uma angélica e antropológica criatura aparente.A modernidade contrapõe-se a um passado sem ter sido bem presente. Enfim, a modernidade está ancorada no discurso.
A propósito desta questão ver no "Socio(B)logue 2.0 uma deliciosa reflexão sobre " as sociedades contemporâneas" de J. L. Nogueira.

Cultura política?

Hoje os projectos políticos ou são culturais ou não existem. Está na natureza do projecto político de Autonomia o assumir de uma cultura, de uma "raiz" que, de mar e vontade, constrói o tempo deste povo.

Ralph Linton diz que a cultura é "a configuração das formas adquiridas de comportamento e da dos resultados da actividade humana cujos elementos são transmitidos e partilhados numa determinada sociedade". Ora a cultura autonómica começa por ser um comportamento, uma atitude que valoriza a responsabilidade; o risco; a vontade; a potencialidade; a inovação; e a libertação.

O abandono da Pátria madrasta sedenta de história e de geografia, mas parca em aceitar o longe e a distância de um povo, foi então alavanca da revolta açoriana, o marco de rebelião, o pretexto para a construção histórica e política de um processo de desenvolvimento.

Porém, hoje esses traços da cultura autonómica diluem-se noutras distâncias e noutras estórias? Talvez a distância e o longe já não seja em relação a uma Pátria madrasta que sem jeito ainda tenta redimir-se. Hoje, esta distância e esse longe está a aparecer entre os açorianos e o projecto da sua afirmação numa modernidade tardia: tempos estranhos de parecenças e de encenações.

E nós, açorianos, herdeiros de uma cultura de subsistência de mar, de terra e de árduo trabalho; de uma cultura de vivência narrada pelos escritores geneticamente ancorados ao tema e à vida e de tantas outras culturas populares açorianas marcadas pelo hino ao saber ser, parecemos? diria mais, fazemos de conta, que estamos a aceitar uma cultura política de "sub-existência " por entre as camadas superficiais do politicamente correcto: o "in-existente".

Afinal, diria o outro, para usar a prosa típica de quem sente: o poder ganha-se numa sedução subtil que não aceita diferenças, tal como a igualdade material da publicidade estática das campanhas !!! Será que queremos esta cultura política?

sábado, janeiro 08, 2005

A sapateia açoriana

A sina. Assinatura. Atura o tempo que se vive. A questão não é dizer sim ou não. O tema é ausência,é intervalo: é sapateia!!!