A estranheza provem muitas vezes da ignorância, da surpresa, ou da sensação de um tempo fora de tempo.
Assim é estranho que as dinâmicas sociais observáveis mostrem, aqui nos Açores, uma sociedade fechada e uma elite com um discurso dominante marcado mais pelo senso comum do que pelos desafios.
Por exemplo, na abordagem do desemprego hoje não é suficiente estudar o seu volume e a sua tendência . É muito mais relevante demonstrar onde, como e quando se prevê gerar novos empregos mais qualificados.
Ora, a qualificação nasce de, entre outros factores, do encontro das necessidades de gerar novas "competências" para realizar objectivos e a vontade dos vários actores sociais em concretizá-los através das "funcionalidades" organizacionais e de meios económicos e financeiros.
Ignorando o óbvio o Estado e a Administração Regional parecem apenas querer manter num nível artificial os níveis de emprego sem se preocuparem com os custos para toda a sociedade da ausência de capacidade em gerar novos empregos.
O mais dramático é que hoje estes temas que deveriam ser abordados, aqui nos Açores, em sede de concertação social (estratégica) são pura e simplesmente ignorados....estranho!
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2 comentários:
Se me permite, e usando as suas palavras, a nossa sociedade é mesmo muito permissiva ao "discurso dominante" de uma elite nada entusiástica. Há que revolver esses discursos numa sociedade mais participativa!
É evidente, na minha opinião, que os nossos governantes não sabem ler as estatísticas. É um dever deles analisá-las, dando a conhecer não as percentagens de uma pseudo-realidade, mas "onde, como e quando" é necessário intervir. Tal atitude reflecte a exígua capacidade de gerar novos empregos. Qualificados... Isso ainda é outra história.
Se ainda o nosso mar fosse tão revolto quanto o dos franceses...
______
Sensei
Desculpa, Rolando, mas isso é tudo menos estranho. Desde o Sec. XIX que os Açores não têm elites, Têm umas pessoas que se julgam importantes e que fazem umas coisas que leem nos livros mas elites, no sentido literal do termo, não temos, infelizmente.
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