Assiste-se, com maior frequência, à construção discursiva da realidade assente em postulados politicamente "correctos".
A correcção, não se encontra na verdade ou na convicção pessoal ou de grupo mas apenas da necessidade de evitar o incómodo de questionar própria natureza da acção colectiva e dos seus efeitos contra-intuitivos (cf Raymond Boudon).
Claramente o excesso de encenação colectiva manifesta-se em questões ético ou morais como é a do aborto mas também em diversas ausências estratégicas e apelos a "bodes espiatórios" para justificar o injustificável.
A esquerda no poder retoma as linhas rectas da arquitectura despojada deste início de século XXI como princípios para cobrir a ausência de espaços colectivos relembrando a natureza da própria da ignorância.
Os leigos das cidadanias discursivas sentem o peso desta Igreja racional mas também não conseguem exprimir por palavras o sentir de uma sociedade que de novo procura os "culpados" para o que teria de ter já realizado colectivamente: o desenvolvimento cultural, o que é muito diferente de proporcionar a "públicos" espectáculos ainda que de "qualidade" celebrada.
De facto, ,reunidos no efémero do ocasional, os "públicos" fragmentam a consciência colectiva na anestesia do conforto mútuo da celebração: aliás, festividade, reforçada na acção em função de...(reificação da intencionalidade).
Aceitando os princípios da construção social da "realidade", quanto tempo resistirá a inteligência à "ausência" de debate Será que está a aceitar a nova ideologia dominante um relativismo intencionalmente ignorante: o agnosticismo social ?
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